Caso Marielle: 7 anos do assassinato que chocou o Brasil

Sete anos após o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, mandantes estão presos e executores condenados
Foto: Reprodução

AMAZONAS – Nesta sexta-feira (14), completam-se sete anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Pela primeira vez, a data é marcada com a identificação e prisão dos mandantes do crime, além da condenação dos executores. O caso, que se tornou um símbolo da luta por justiça e contra a impunidade, segue em andamento, com os próximos passos focados no julgamento dos acusados de planejar as mortes.

O crime

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco participava de um evento na Lapa, Rio de Janeiro, intitulado “Mulheres negras movendo estruturas”. Ao sair do local, acompanhada de seu motorista Anderson Gomes e da assessora Fernanda Chaves, o carro em que estavam foi interceptado por um veículo prata. O ex-policial Ronnie Lessa efetuou 13 disparos, atingindo Marielle com quatro tiros na cabeça e Anderson com três. Fernanda escapou ilesa, mas sofreu ferimentos leves com estilhaços.

Após o crime, Lessa e seu cúmplice, Élcio Queiroz, fugiram pela Avenida Brasil, descartando equipamentos e a arma do crime com a ajuda do irmão de Lessa, Denis.

A prisão e condenação dos executores

Em março de 2019, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos. Lessa, responsável pelos disparos, foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz, que dirigia o carro usado no crime, recebeu pena de 59 anos e 8 meses. Ambos também foram condenados a pagar uma pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos, além de uma indenização de R$ 3,5 milhões por danos morais às famílias das vítimas.

Os mandantes

Em março de 2024, a Polícia Federal prendeu três suspeitos de serem os mandantes do crime: Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado; Chiquinho Brazão, deputado federal; e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio. Segundo investigações, o assassinato estaria relacionado a disputas por terras no Rio de Janeiro envolvendo milícias.

Ronnie Lessa, em delação premiada, afirmou que os irmãos Brazão ofereceram US$ 10 milhões pela execução de Marielle. Já Rivaldo Barbosa, que nega envolvimento, foi acusado de atrapalhar as investigações iniciais do caso.

Próximos passos

Os acusados de serem os mandantes ainda aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo está em fase final de tramitação, e os réus incluem:

  • Chiquinho Brazão (deputado federal);
  • Domingos Brazão (conselheiro do Tribunal de Contas);
  • Rivaldo Barbosa (ex-chefe da Polícia Civil);
  • Major Ronald Paulo Pereira;
  • Policial militar Robson Calixto Fonseca.

Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que a Polícia Federal encaminhe conversas de WhatsApp de Rivaldo Barbosa com autoridades, como o general Richard Nunes, para análise. O objetivo é esclarecer possíveis interferências nas investigações.

Legado de Marielle

Marielle Franco, eleita vereadora pelo PSOL em 2016, era uma voz ativa na defesa dos direitos humanos, das mulheres, da população negra e das favelas. Sua morte gerou comoção nacional e internacional, transformando-a em um símbolo da resistência contra a violência política e a impunidade.

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