BRASIL – A pequena Melanny Kyrás Silva do Nascimento, de apenas um ano, faleceu no sábado (15), um dia após completar seu primeiro aniversário, em decorrência de um quadro grave de pneumonia seguido de paradas cardíacas. A família, residente em Toledo, no oeste do Paraná, decidiu, em meio à dor da perda, autorizar a doação de órgãos da menina. O coração de Melanny foi doado a uma criança na fila de espera por transplante em Brasília, em um ato de compaixão que emocionou a todos.
A bebê estava internada há seis dias no Hospital Universitário (HU) de Cascavel, onde lutava contra a pneumonia. Após a confirmação de morte encefálica, os pais, David do Nascimento e Ariane da Silva do Nascimento, optaram pela doação de órgãos. A captação do coração foi realizada no domingo (16), e o órgão foi transportado de avião para o Distrito Federal, onde foi transplantado com sucesso em um menino, cuja idade não foi divulgada.
Em entrevista à RPC, os pais compartilharam a difícil decisão. “Perdemos uma filha, mas nos compadecemos em dar uma segunda chance para um bebê trazer alegria para outra família. Essa criança terá a oportunidade de brincar, correr e viver”, disse David. Ariane, emocionada, acrescentou: “Uma parte dela vai estar viva ali. Nós vamos poder sentir o coraçãozinho dela batendo, mesmo que não seja ela fisicamente. Uma parte nossa está batendo em outra criança”.
A coordenadora do Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do HU, Gelena Castillo, destacou a grandiosidade do gesto da família. “A família, nesse ato de compaixão e amor, optou por salvar a vida de alguém que não conhece. É uma mistura de tristeza pela Melany, que gostaríamos de ter salvo, mas também de esperança, pois revertemos essa dor em uma nova chance para outra criança”, afirmou Gelena.
O sucesso da cirurgia de transplante trouxe um pouco de conforto aos pais de Melanny. “Foi um alívio saber que o menino recebeu o coração, que a cirurgia foi um sucesso, e que ele está se recuperando. Quem sabe, no futuro, possamos conhecê-lo e ouvir novamente o coração dela batendo”, disse Ariane.
A doação de órgãos é um gesto que pode salvar vidas, e a história de Melanny e sua família serve como um exemplo de amor e solidariedade em um momento de profunda dor. Gelena reforçou a importância de comunicar à família o desejo de ser doador e destacou que, no caso de crianças, a decisão cabe aos responsáveis.





