BRASIL – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (12) que escolheu a ministra Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais por ser uma “mulher bonita”, com o objetivo de diminuir a distância entre o Executivo e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A declaração foi feita durante a assinatura da Medida Provisória que institui a linha de crédito consignado “Crédito do Trabalhador”, no Palácio do Planalto.
“Eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais porque não quero mais ter distância de vocês”, disse Lula, referindo-se à necessidade de aproximação com o Congresso. O presidente destacou a importância de mostrar à sociedade que os poderes Executivo e Legislativo estão alinhados na defesa da soberania do país e do bem-estar dos brasileiros.
Gleisi Hoffmann, ex-presidente nacional do PT, assumiu a pasta na última segunda-feira (10), substituindo Alexandre Padilha, que foi nomeado ministro da Saúde após a saída de Nísia Trindade. Em seu primeiro dia no cargo, Gleisi teve que lidar com crises internas do PT e iniciar articulações políticas com líderes da esquerda e do centro.
Elogios a aliados
Durante o evento, Lula também fez comentários sobre outros aliados. Ao falar sobre a aprovação da reforma tributária, o presidente elogiou o deputado José Guimarães (PT-CE), chamando-o de “cabeçudão do Ceará”. Lula destacou a competência de Guimarães e do senador Jaques Wagner (PT-BA) na condução das negociações que resultaram na aprovação da reforma.
O presidente ainda brincou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizendo que ele precisa “passar um pouco de charme” ao se comunicar. “Tenho a felicidade de ter o Haddad como ministro da Fazenda. Companheiro que nem sempre é o mais feliz quando pega o microfone. Eu falo que ele tem que passar um pouco de charme”, disse Lula, antes de afirmar que Haddad será “o melhor ministro da Fazenda da história” ao final do mandato.
Contexto político
A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais ocorre em um momento de intensa articulação política do governo Lula, que busca garantir apoio no Congresso para suas principais pautas. A escolha de uma figura experiente e com trânsito entre diferentes grupos políticos reflete a estratégia do governo de fortalecer a relação com o Legislativo e evitar atritos que possam comprometer a governabilidade.
A declaração de Lula sobre a aparência de Gleisi gerou reações mistas, com alguns elogiando o tom descontraído do presidente e outros criticando o comentário como desnecessário. No entanto, a prioridade do governo segue sendo a consolidação de uma agenda de reformas e políticas públicas que atendam às demandas da população.
