BRASIL – O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro se reúnem nesta quarta-feira (12) para discutir estratégias sobre o projeto de lei que prevê anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O encontro ocorre após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes revogar a proibição de contato entre os dois, medida que vigorava desde fevereiro de 2024.
Valdemar tem defendido internamente no PL que a anistia deve ser a principal bandeira do partido no momento, especialmente diante do risco de condenação de Bolsonaro no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. O PL planeja criar um movimento popular para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar a proposta. A ideia é mobilizar a militância e governadores conservadores, como Tarcísio de Freitas (SP), que já confirmou presença em protestos a favor da anistia.
Indicação de Eduardo Bolsonaro para Comissão de Relações Exteriores
Outro tema central do encontro será a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O PL, que tem a maior bancada da Casa, defende a nomeação de Eduardo, apesar da pressão da bancada petista. Bolsonaro tem afirmado que não aceitará mudanças na indicação, que faz parte de um acordo político que garantiu o apoio do PL à eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara.
A indicação de Eduardo Bolsonaro também é vista como uma estratégia para fortalecer sua candidatura ao Senado Federal e explorar sua boa relação com o governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Hugo Motta já sinalizou que a prioridade de escolha é do PL, mas afirmou que ouvirá o PT antes de anunciar a distribuição das comissões permanentes, decisão que deve ser divulgada na quinta-feira (13).
Próximos passos
O encontro entre Valdemar e Bolsonaro marca a retomada da articulação política entre os dois, após meses de restrições impostas pelo STF. Além da anistia e da indicação de Eduardo Bolsonaro, os líderes devem discutir manifestações previstas para as próximas semanas, que visam mobilizar a base bolsonarista em apoio às pautas do partido.